Requiem para Um Sonho

Meu querido irmão.


Finalmente chegou a noite. Não suporto mais este mundo e vou dormir até ter saudade dele novamente.
Nas ultimas noites tenho tido sonhos proféticos. Alguns muito idiotas e improvaveis para ser contados, outros muito óbvios. Mas alguns muito interessantes. Acho que herdei o dom de Miguel de prever o futuro. Os anos 50 serão marcados por um homem dançante, explore isso. A Musica será o viés para as conquistas, surgirá um ritimo improvavel e de gosto duvidoso onde os jovens dançarão como se estivessem fornicando. Invista nisso, será grande.
Posso ver que nos anos 60 a coisa será ainda mais dramática. Fique de olho naquela fada de Barna. Muita coisa tera a ver com ela nesses anos, sinto que as fadas comandarão a década. Os anos 70 e 80 me são nublados. Vejo muitos cabelos estranhos e cores. Vejo uma outra guerra infame.A partir dai, tudo nublado...talvez por que eu vá despertar...ou...ser destruida de vez.
Itallus, tome cuidado com Francois. Ele virá assim que eu fechar meus olhos e contra isso deixei um presente para você. No baú azulado, abaixo de meu sarcófago há uma cruz de ferro enorme que roubei da sociedade de Leopoldo anos atrás. Ela é sagrada, feita supostamente com pequenos fragmentos dos pregos da cruz de Cristo. Isso pra você deve ser valioso, para mim nada mais é do que um simbolo idiota de uma crença nociva. Temos nossas diferenças, mas enfim, de alguma forma esse treco tem fé nele. Use contra qualquer Baali que você encontrar. Digamos que os fere de forma grotesca e espetaculosa.
Fique bem meu irmão que eu amo odiar. Sentirei sua falta. Cuide de tudo e faça Rebecca feliz, ela cuidou de mim, do jeito dela. Merece meu apreço.
Eu não deveria dizer isso, mas como não sei se vou acordar algum dia, o farei por desencargo de consciência.


Amo Você meu Irmão. E me perdoe por tudo.




Alexis Melchiorre