Dizem que o medo faz o ser humano criar forças sobrenaturais para tentar escapar da fonte de seu medo. Será que depois de sermos abraçados a gente perde essa qualidade?
Eu passei seis noites aqui, aprendendo como um vampiro é, que existem outras criaturas sobrenaturais e sendo parte dos experimentos de Barna, por mais vergonha que eu tenha sentido e passado eles me trataram com a calma e sabedoria de professores ensinando as primeiras palavras ao aluno, souberam que eu não sabia ler nem escrever direito e que mal sabia fazer contas,descobriram que eu não entendia de geografia, história, ciências... mas eu achava que sabia ser vampiro e achava que nada me faria sentir medo de novo...
Durante duzentos anos da minha vida eu remoí um amor inacabado, um abandono inesperado, uma frustração e uma perda irreparável. Eu remoí nesses duzentos anos as promessas e juras de amor que Jhon fez para mim e demorei todo esse tempo colando meus cacos e reconstruindo meus sentimentos, aceitei que a perda do meu filho foi para sempre e que ele era muito pequeno e não deve ter sobrevivido nem os primeiro dois anos. Mas eu penso que o coração é um órgão cuja responsabilidade das nossas burradas não lhe deve ser atribuída, afinal, pensamos com a cabeça e sentimos com a cabeça e a cabeça faz burrada o tempo todo. Peguemos a figura do pobre, indefeso e injustiçado coração para me servir de exemplo: ele era inteiro, um idiota veio e quebrou, eu levei duzentos anos para colar e quando eu encontrei o último pedacinho que faltava dei ele para outro. Voltando ao responsável pelas burradas, e aí ele te causa um outro sentimento:o medo.
Depois do meu abraço eu pensei ser quase imbatível, poderia me virar sozinha, não precisava mendigar podia roubar sem sequer ser notada, podia dormir em qualquer lugar e a fome não se matava na taverna... também se matava lá mas não era paga... Os anos foram passando e a gente vai descobrindo que quanto mais velho se fica mais medroso se torna, alguns chamam de cautela mas, para mim, é pura covardia, exemplo... (Hoje estou explicativa, engraçado, explico as coisas para mim mesma...)(risos) ...um vampiro chega em uma cidade com disposição para criar suas raízes por lá, mas ele é cuidadoso para não chamar a atenção de A ou B seitas, não causar tumulto sobre suas riquezas e morre de medo de abrir uma empresa da mesma coisa que um PROVÁVEL ancião da cidade: Cautela? Não, medo mesmo! Eles morrem de medo de serem alvos de mais fortes que ele, enlouquecem na paranóia de estarem sendo seguidos ou observados, vigiam suas proles e carniçais pois podem ser traidores, enfim, morrem de medo.
Cheguei à magnífica conclusão que não serei diferente de nenhum deles, afinal já faço parte dessa maioria esmagadora de medrosos e covardes espalhados por detrás de caninos afiados.
Passei seis noites sentindo um medo irreal de dizer ao único homem que foi capaz de fechar uma ferida aberta há tanto tempo que ele o fez e fez majestosamente, estou a seis noites pensando em como dizer: “Eu estou apaixonada por você” e parece simples, não é? Todas as vezes que tentei fique com tanto medo que talvez tenha dito coisas desconexas pelo menos umas cinqüenta vezes.
Mas eu decidi, sou um vampiro diferente dos demais e o Cistus disse isso com um comentário verdadeiramente convincente e ofensivo, mas eu nem fui capaz de me defender:
“Sabe o que eu acho, você é boa exatamente por não saber das coisas assim... (argumento esfarrapado para não ficar muito feio o comentário)...mas eu se fosse você permaneceria assim.” (Entenda que esse assim que dizer ignorante, então, romanceando a frase de Cistus:
“Eu acho que você é muito melhor burra, pois a criação dos Gangrel teria feito de você um bixo peludo e burra você é mais bonitinha.” ... acho que exagerei na interpretação mas na hora me pareceu assim...)
Já diziam o mais velhos "A ignorância é uma bênção" e ela nos abre caminhos dentre os mais perigosos, então, vou usá-la a meu favor, vou chegar com toda a cara-de-pau que as ruas me ensinaram e vou abrir o jogo, eu só preciso pedir um minuto para conversar com ele, e dizer o que eu já ensaiei: “Sabe, senhor Itallus, acho que estou apaixonada por você” É perfeito, não precisa mudar nada e aí a gente fica em silêncio e espera a resposta. Temos meio-a-meio de resposta, meio sim e meio não... mas e se disser não? Será que eu terei que colar meus caquinhos por mais duzentos anos? Jhon deve ter morrido com o tempo, ou na guerra civil francesa, ou de doença, mas Itallus... ele não morre de velhice, nem de doença e ele tem muitos aliados para protegê-lo das guerras... se ele disser não, acho que eu amargo uns quinhentinhos...
Tenho que mandar de volta a carta a Adrian ou então ele vai acabar me buscando aqui...nããããão, eu também não valho isso tudo.
Bem, por agora eu tenho que pensar como tirar o bonitão para conversar com essa amiga dele chegando... Burra! Acho que você ficou com medo demais e seu tempo pode ter passado...veremos...
Coragem, Rebecca, você pode!
Nussa! Que agônia para falar uma coisa tão simples, " Olha senhora parede, eu acho sua cor muito bonita e aquela porta combina com seu tom, acho que te amo!" uahuahuahuahuahuaha
ResponderExcluirVamos ver então, quem sabe a parede não eh tão fria ou dura?
auhauhauahuahuahuahuahauha
UHAHAHAHAAHHAHAHAU o que eu acho mais engraçado é a implicância que ela pegou do Cistus uahahhaahahahau
ResponderExcluirO coitado elogiou ela e ela achou que tava sendo chamada de burra XD Mas não tiro o direito dela, o Cistus tem o dom de falar besteiras nas piores horas uahahahahhaahahahau
Cara, esses personagens só dão orgulho e to felizão de termos conseguido nosso objetivo. Vampiros em essencia.
Ansioso por essa cena uahahahaahahahau