segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Frágil como o vidro.


(Com a cabeça recostada no peito dele)
“Posso ficar aqui um pouco mais?”

Fino e delicado como o vidro, foi esse sentimento que eu inventei. Abri as cortinas de um espetáculo de ilusões e mais ilusões, como se algum dia o mundo fosse sorrir para mim.
Eu me entreguei a esse sentimento tão irreal e agora estou presa nesses grilhões. Até quando vou sentir essa falsa felicidade, esse falso preenchimento?
Me lembra meus doces sonhos infantis, como se o príncipe em seu cavalo branco fosse irromper pela porta e me tirar do meu estado. O estado está aqui, mas o príncipe... não tenho tanta certeza, por mais que gostaria de ter.
Quais fiascos e vergonhas eu ainda estou disposta a me submeter? Que humilhações eu ainda tenho que sofrer para descobrir o meu lugar?
Eu pintei um quadro de corações e felicidade onde só eu enxergo isso, achei que o pedido de ir morar em Gray Rose “com ele” fosse tão bonito, como se eu realmente importasse, se eu valesse alguma coisa...
Dez milhões nos bolsos, dinheiro para comprar quase qualquer coisa, eu poderia encher cofres e mais cofres de notas, mas não bastaria, eu ainda me sinto meio vazia...
A irmandade pode dar certo ou pode dar errado, não sei... Somos tão diferentes, cada um pensa de um jeito, age de outro e pensa uma segunda vez diferente. Eu queria ser sensata e fria como eles, mas o que eles vêem é só pose, por dentro eu estou insegura, chateada, iludida e achando que isso tudo é a melhor coisa do mundo.
Barna, com certeza, está melhor do que eu. Ele pode até não ter superado nada, mas não faz a mínima questão de esconder isso e essa coragem me encanta.
Itallus está ali, como sempre, me lembra uma pedra de mármore e isso me faz sentir como um daqueles estereótipos vampíricos que dormem em mausoléus de mármore frio. (expressão de deboche)
Maldito Whiski caro, perdi totalmente a minha noção, não que se eu estivesse com ela eu negaria alguma coisa, de forma nenhuma, mas quase que me faz falar demais. Dizem que a bebida faz a gente externar nossos sentimentos mais íntimos... Será que eu estou falando isso alto? Tomara que não... vai que eu solto um...
“Como eu queria ficar aqui para sempre...”
Falei isso alto? (suspiro) Não sei, já não sei de nada há algumas horas e acho que vou pirar, poderia usar meu sangue, mas aí a graça da bebida se vai por inteiro. E eu ainda estou achando isso divertido.
(Risos) Continuemos a divagar, Rebecca, estou começando a pensar que posso fazer isso mais vezes...
Por algum milagre o Mokona conseguiu botar o Cistus para correr e isso me alivia, eu ia ter que acabar sendo indiscreta com ele pedindo para ele se afastar da minha Eva. Ela nem se ofendeu tanto das minhas perguntas, mas acho que ficou meio frustrada de não poder fazer nada mais com ele... dane-se...
Irene está tão vislumbrada com Gray Rose que vai me dar algum sossego por enquanto... (risos) Sossego de quê? O que ela faz que te tira o sossego, Rebecca? Ah, já sei, ela te faz ciúmes, gata sarnenta. Ela fica atentando o que você ACHA que é seu. E você sabe que não é por aí que funcionam as coisas. (lágrimas)
Ah... bebida vagabunda... finge que não foi você que pingou essa lágrima de sangue, Rebecca, você está bem e fingida...
Sabe, o que a gente pode faz com tanto dinheiro numa cidade tão louca quanto Gray Rose? Acho melhor eu pensar em um outro nome, que tal Claire Wilson, é um bom nome para alguém vindo do Texas... (risos)
Certo, Claire, como você vai dizer para seus amiguinhos que você mudou de nome? Afinal, para que você contou que não se chamava Erza Katze? Achou bonitinho, todo mundo contou uns segredinhos e você decidiu contar o seu também? Tudo bem, errei, mas que foi engraçado as carinhas de susto foi...
Agora eu tenho que pensar em como fazer a Eva parar de me olhar daquele jeito, afinal, não estou escondendo nada dela, só ainda não tive oportunidade de falar o que eu gostaria.
Será que o que o bonitão disse é verdade, será que eu posso mesmo...
“...Morar com você?”
(Susto) Acho que estou ficando maluca mesmo, acho que isso saiu alto, será? Façamos assim, despistadamente fingimos dormir, ninguém se dá conta e acha que é só sonho...
Acho, de verdade, que eu deveria ficar quieta agora e tentar descansar um pouco, aquele bixo quase me matou de susto, mas foi impagável aquela Justicar lambendo o tapete do hotel, vai cuspir pêlo até ano que vem, que bom, pelo menos o lobão que vai levar o nosso calote... (risos) Como os vampiros são maldosos...

2 comentários:

  1. As reflexões da "Claire" dariam um excelente livro uahahahaahahahahau

    è muito legal ver as contradições do personagem, mostrando que vampiros não são aqueles seres de mármore com super poderes...

    cada vez melhores maninha, to orgulhoso \o/

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  2. AUUAHUAHUAHUAHUAHUHA se falou alguma coisa alto eu quero saber! ajhuahuahuahuahuaha
    Muito interessa ao "jovem" Itallus alguns pensamentos estranhos da ... dela!

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