Está uma noite gelada. A chuva cai lavando os campos e levando á morte aos pobres na rua. É um dos anos mais frios que me recordo, porém não consegue ser mais gélido do que minhas lembranças.
Tudo começou quando eu tinha nove anos, minha família morreu de uma doença infecciosa e me salvei por pouco. Um padre de nome Giusepe Liacharro se encarregou de minha educação depois disso, o que me fazia pensar como era sortudo por alguém ter me notado no meio de tantos outros na mesma situação. Obtive todo tipo de ensinamento do velho padre, me tornando um quando este veio a falecer. Morava no vaticano servindo a Deus, por mais que mesmo tão jovem já o admirava de uma forma diferente, porém, velada. Aos meus vinte e quatro anos fui rezar uma missa em um lugarejo onde se comemorava uma grande festa, acabei na taverna tomando um porre e debatendo com um homem sobre teologia e filosofia. Ele me parecia diferente, era letrado, parecia ser nobre e obviamente à medida que nos íamos “digladiando” em nossos argumentos aumentava seu interesse em mim. Quando voltava para o Vaticano minha carruagem foi atacada e eu fui levado para uma casa luxuosa e abraçado por ele. Enlouquecedor é uma palavra fraca para descrever meus primeiros anos, tudo o que eu havia me tornado, tudo o que ele estava me ensinando ia diretamente de encontro a meus conhecimentos e principalmente a minha fé. Miguel Melchiorre era o nome de meu senhor, e este me deixou tudo o que tinha casa, fortuna, conhecimento em forma de biblioteca e muito mais. Conheci minha “irmã’ Alexis assim que Miguel quis junto com seus aliados mais íntimos realizar um ritual que consistia em torpor coletivo em um local fechado durante cem anos, e no fim destes todos sairiam com uma base de conhecimento alta dos poderes dos outros que haviam entrado. Alexis começou a me ensinar tudo que meu senhor não tinha tido tempo para tal. Ficamos muito ligados e sabíamos que veríamos Miguel apenas em cem anos, pelo menos Foi o que pensávamos. Uma Ravnos de nome Aminda, descobriu a intenção daqueles anciões e me seduziu até que ganhasse meu amor para conseguir matá-los. Ela obteve sucesso quando Alexis estava em uma viagem a Espanha e eu já havia chegado a um grau no amor onde nossos parceiros ficam livres de todas as máculas e defeitos. Levei Aminda para ver o local de descanso dos anciões, ela retirou o lacre mágico da grande tumba subterrânea e me atirou dentro, logo em seguida ateou fogo junto com seus comparsas fazendo com que queimássemos. Alexis foi quem me salvou e matou todos aqueles que estavam ameaçando nosso senhor, inclusive Aminda. O que nem eu e nem Aminda sabíamos é que o lacre quando era removido enviava uma mensagem mágica para Alexis, porém, ela não chegou a tempo, a ravnos tinha alcançado seu objetivo. Quando me lembro das dores que sentia por ver dois seres que amava completamente destruídos e minha amada irmã me olhando com seu crescente ódio estampado em seus olhos eu sabia que estava prestes a perdê-la também.
Deixamos Roma, onde morávamos e fomos morar em Madrid. Ela me orientou para que nunca dissesse a ninguém que eu era filho de Miguel, pois haviam muitos interessados em seus segredos e poderiam erroneamente achar que eu sabia de alguma coisa. Alexis me adotou como senhora, porém ainda em suas atitudes vejo que aquele ódio ainda não desapareceu, não sei se me poupou por eu ser a única coisa que lhe restou, mas que seu ódio é evidente em determinados momentos, isso eu posso ver claramente.
Alexis me ensinou por oitenta anos, depois pegou parte da Herança de nosso pai e partiu, disse que não agüentava mais estar perto de mim e que iria procurar Fransois, meu irmão “do meio”. Ele havia desaparecido no mundo quando o “novo mundo” foi descoberto. Ela havia me explicado que seu interesse pelo novo era contagiante.
Segui minha vida sem ela, estava forte o bastante para obter conhecimentos e foi exatamente isso que comecei a fazer. Conheci um homem chamado Edward Lawstreet, um malkavian inglês que era detentor de um grande conhecimento, o livro de Nod. Ele me contou muitas histórias, me mostrou muito do conhecimento da origem vampírica, era um homem entusiasmado com o saber e depois de dez anos de amizade ele me mostrou sua biblioteca e eu a minha. Descobrimos que ambos tínhamos fragmentos do livro de Nod, eu possuía quatro fragmentos que davam quase uma página, se não fossem de assuntos diferentes, e ele possuía duas páginas completas do livro de Nod, ele juntara com muito cuidado e afinco. O problema começou exatamente neste ponto, ele desejava a minha parte do livro e eu a dele, porém pela nossa amizade fui incapaz de tramar contra sua existência, o que não o impediu de tramar contra a minha. Eu teria morrido se não fosse meu ultimo ás na manga, um poder perdido que corre em minhas veias e de todos da minha família, o poder de dobrar o tempo. Edward descobriu tarde demais minha verdadeira linhagem e não teve chance quando o usei no melhor momento. Agora eu tinha minha biblioteca, a dele e todas as nossas fortunas. Destrui suas lindas duas proles que vieram buscar por vingança ao longo destes anos. Adiquiri o vício de Edward por aqueles fragmentos e comecei a ficar encantado pelo sobrenatural, porém todos os dias enquanto dormia e uma boa parte da noite enquanto estava acordado minha mente é tomada pela cena de minha desgraça onde visualiso a morte de meu amado pai e de minha amante. Sei que não deveria a amar depois de tudo, mas sou ruim de esquecer sentimentos, assim como sou ruim de deixar novos serem criados, porém o sentimento de culpa estava tão forte que mal podia beber sangue, foi quando em uma noite bebi de um velho bêbado na praça e descobri que enquanto eu estava alcoolizado eu conseguia lidar e esquecer toda aquela culpa e dor que me faziam sangrar por dentro. Foi neste estado de euforia e embriaguez que avistei uma jovem freira, Teresa como ela se chamava, foi um encanto para meus olhos e uma doçura para meus ouvidos escutar sua doce voz. Passei a desejá-la, não como desejava Aminda, mas para mim ainda era uma forma inexplicável de desejo. Na mesma noite fui buscá-la em seus aposentos no convento e descobri que ela estava ali obrigada pela família, levei-a comigo. Agora eu tinha ciência de o quanto estava vulnerável, o quanto precisava de alguém mais para me proteger e proteger Teresa. Encontrei a pessoa perfeita quando estava me mudando para a França, um Francês chamado Jean Felippe, ele trabalhava como uma espécia de caçador de recompensas e já havia exercido todas as funções que poderia como ladrão e mercenário, sabia tudo sobre como proteger ou atacar algo, nem preciso falar que o levei também. A França é um lugar magnífico, porém com apenas vinte anos morando em Paris eu já queria conhecer mais do mundo, me mudei de cinco em cinco anos rodando dentro da Europa inteira, aproveitei também para começar minha busca por conhecimentos místicos e artefatos perdidos. Foi quando passei por Portugal que conheci uma linda jovem, uma italiana de nome Samantha, ela era da família dos Giovanni e logo começamos a nos ver muito. Firmamos uma amizade profunda que veio de ocasionais relacionamentos um com o outro e a capacidade que nós temos de nos auxiliarmos. Mudamos para Veneza, onde criei alguns laços com o clã Giovanni, sempre pelo intermédio de Samantha.
Após quase cem anos sem saber notícias de Alexis, ela retorna, diz estar um pouco menos brava e implica com minhas atuais condições, porém mesmo assim me da um presente, não sei se foi ciúmes de Samantha, mas sei que realmente perdoado por ela, eu não fui. Hoje tenho um contato bom com Alexis, porém ela se irrita fácil comigo.
Uma História de vampiro clássica sem ser cliche. Ficou muito bom Brunão! personagem rico e gente "bonissima" ao redor uahahahahahahahau
ResponderExcluirEssa Giovanni vai sair melhor que a encomenda XD
Empolgadasso \o/
Italiano bonitão, eu tenho uma amiga que ta afim de você! HAUAHAHUAUHAHAHAU
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