domingo, 13 de fevereiro de 2011

Devorador de Pecados (Parte I)

Meu nome é Kallimure. Não que eu imagine que haja algum interesse sobre isso, e também não me importo. Durante minha vida fui uma criatura preparada para o sacrificio. Nasci na Mongólia do século XII sob o dominio do grande Genghis Khan e até meu nascimento foi planejado.
Cresci entre os monges budistas como uma dádiva, uma criança sagrada mandada por buda para espantar os demonios vindos para nosso reino seguindo o rastro de sangue e morte que o imperador deixou em sua conquista. Fui ensinada desde criança a detectar, reconhecer e me comunicar com demonios. Mas ainda não haviam me ensinado a lutar contra eles.
Quando fiz 18 anos, fui levada para uma caverna fria e distante por um dos monges e deixada ali. Minha missão era jejuar por 100 dias, meditar e libertar meu espirito de meu corpo para que o proprio Buda pudesse habita-lo. Segundo o Monge, o espirito de Buda estava em uma urna de ouro, guardada por séculos e deixada a meu lado.
Para que eu não sucumbisse a tentação, fui acorrentada as paredes da caverna e vendada para que minha meditação fosse mais profunda.
No entanto, após este ato, começei a estranhar certas praticas. Ouvi os gritos de agonia dos monges que nos seguiram, mas o monge que me trouxera dizia apenas que eles estavam se auto-flagelando para purificar a caverna. Em seguida fui despida de minhas tunicas e percebi que o monge desenhava em meu corpo, sobretudo em partes que até eu mesma tinha vergonha de tocar. Aquilo tudo me aflingia, eu sentia medo, coisa que nunca sentira antes. Quando o calor ficou insuportavel e eu senti o cheiro de enxofre tudo fez sentido. Eu fui enganada, fui treinada desde os tempos de criança não para salvar o mundo de demônios mas sim para ser um receptaculo para um deles. Fui violentada, torturada e humilhada por horas, tudo para que meu espírito se quebrasse e eu fosse expulsa de meu corpo da forma mais repugnante e cruel possivel, assim a energia seria perfeita para a vinda dele. Balbuzzata, era so o que eu ouvia da boca profana daquele monge falso, ele entoava um mantra maligno e quando eu já perdia as esperanças tudo se calou. Ouvi apenas um grito abafado, seguido do som de esguixar de sangue, lento e agonizante, o monge havia morrido e sua alma consumida pelos espiritos do Yomi. A figura bela e inspiradora de Samiel surgiu diante de meus olhos quando o meso retirou a venda, me libertou dos grilhoes e limpou minhas feridas. Era um espirito de luz, mas uma luz vermelha, que vinha de sua testa, ele possuia o tão lendário terceiro olho, o da alma, que só os mais sábios conseguem abrir. Ele se apresentou, me vestiu com tunicas perfumadas e me levou para longe. No caminho ele me explicou que era vitima de uma maldição, que só sobreviveria se bebesse um pouco de meu sangue e que ficaria honrado se eu permitisse. Apaixonada e intoxicada pelo homem mais belo que ja havia visto eu apenas meneei um sim timido, ele mordeu meu pescoço. Foi o primeiro e unico orgasmo de minha vida. A Partir daqule dia eu estava morta, mas andava feliz como uma viva,ao lado dele.

4 comentários: